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A MULHER NA MISSÃO

E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito não lho permitiu. E, tendo passado por Mísia, desceram a Trôade. E Paulo teve de noite uma visão, em que se apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos – Atos 16.6-9.

Estudando a Palavra de Deus, no Livro de Atos, deparei-me com uma informação que às vezes passa desapercebido por nós. Em sua segunda viagem missionária, na região frígio-gálata, o Apóstolo Paulo e seus companheiros são impedidos de pregar a Palavra. Depois, em Mísia e desejando ir para Bitínia, não foi permitido. Em ambos os casos, pelo Espírito Santo (Atos 16. 6,7).


Qual seria a razão para tal acontecimento? O que teria levado o Espírito Santo a impedir que a Palavra fosse pregada? Para responder, compararemos como ocorreram os dois envios. Na primeira viagem houve uma orientação clara do Espírito, foi uma decisão tomada com oração e jejum, e o Espírito continuou orientando o caminho a ser percorrido por eles (Atos 13.2,4). Na segunda, a decisão não envolve oração e jejum, há discórdia e separação da equipe missionária (Atos 15.39,40). Percebe-se a diferença de postura entre as duas viagens.


Por um período de tempo as coisas parecem ir bem, pois as igrejas eram fortalecidas e até estavam aumentando em número (Atos 16.5). Quando chegam à região frígio-gálata encontram a resistência feita pelo Espírito Santo. Em Trôade as coisas voltam a entrar nos eixos, Deus assume o comando, dá uma revelação ao Apóstolo Paulo, um homem macedônio pede por ajuda (Atos 16.9). Os missionários partem em direção ao destino anunciado pela visão (Atos 16.10).


Deste modo, eles deixam a Ásia para adentrar na Europa (Macedônia), conforme a visão recebida. Aqui entra o detalhe que precisamos prestar atenção. Eles se encontravam na cidade de Filipos, estavam à procura de uma sinagoga (lugar de oração). Encontram um grupo de mulheres e não havia a presença de homens, portanto, não se tratava de uma sinagoga. As mulheres ouviram a Palavra e houve a conversão de Lídia, que ofereceu sua casa para iniciar a igreja, vindo a tornar-se líder naquela comunidade. A igreja na Europa teve seu início com um grupo de mulheres(1). Fato que deve ser lembrado neste mês em que se comemora o dia Internacional da Mulher.


A mulher é mais sensível e mais humilde, dentro dos parâmetros cristãos, do que os homens. Por razão dessa natureza, elas se convertem mais facilmente e o número delas nas igrejas o demonstram. Os homens são mais orgulhos e independentes assim se tornam mais duros à conversão, a maioria se julga autossuficiente(2).


Entendo que a visão dada a Paulo de um homem macedônio, foi uma estratégia de Deus. Caso a visão apresentasse uma mulher clamando por ajuda, o entendimento teria de Paulo sido outro(3). A cultura judaica do período não valorizava muito o ser mulher. A missão certamente não teria sido realizada e a evangelização da Europa teria acontecido muito depois.


Que no dia Internacional da Mulher as igrejas tenham, pelo menos, um momento de oração e intercessão pelas mulheres. Aproveitando para esclarecer que Deus não faz acepção delas. Apesar de estarmos no século XXI, no terceiro milênio, ainda encontramos quem resiste ao protagonismo delas. As diversas estatísticas de cunho social demonstram isso. Como exemplo, cito o início de uma reportagem do G1: “As mulheres ganham menos do que os homens em todos os cargos. É o que aponta pesquisa salarial da Catho que avalia 8 funções, de estagiários a gerentes. A maior diferença é no cargo de consultor, no qual os homens ganham 62,5% a mais do que as mulheres”(4).


A você mulher, meu sincero reconhecimento do seu valor.

Que Deus a abençoe e lhe dê muitas vitórias.

Do Pastor e irmão na fé,

Bispo José Carlos Peres.
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