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Alegre-se no Senhor... Mas não precisa ser como na hora do gol



É comum surgirem debates e discussões no meio cristão de como deve ser a nossa expressão de alegria e de louvor para com Deus em nossos cultos e encontros de fé.


Talvez, por sermos brasileiros, e amarmos tanto o futebol, alguns afirmam que essa alegria deve ser expressa como na “hora do gol”. Então, se você está feliz com Deus você “precisa” demonstrar isso pulando, gritando, levantando os braços, e abraçando todos à sua volta... É uma comemoração bem efusiva, é verdade, e aqueles que, por natureza, são extrovertidos e apreciam manifestações de expansividade, se sentirão bem à vontade seguindo esse modelo.


Como o meu temperamento é bem menos expansivo, fiquei pensando se eu não posso demonstrar a minha alegria a Deus de outras maneiras. E me perguntei: “Será que o nosso júbilo no Senhor também não pode ser comparado com aqueles que observam extasiados uma maravilhosa obra de arte?” Explico:


Deus me concedeu a oportunidade de visitar o Louvre, e o museu do Prado em Madri. Ali você vê a genialidade dos girassóis de Van Gogh, a impressão vibrante de cores registradas nas telas de Monet, o jogo de luz e sombras de Rembrandt, ou a perfeição das esculturas de Michelangelo... O teu ser inteiro vibra e se alegra, mas você não grita, não corre pelos corredores, nem abraça desconhecidos... E mesmo assim você vibrou mais que na hora do gol. E você ali, parado, absorto diante de tanta beleza.



De igual modo, tenho aprendido a apreciar as coisas belas que Deus generosamente tem colocado em minha vida. É como se o Eterno piscasse para mim, dizendo: “É pra você!”. E o que Ele mais anseia é ver meu coração verdadeiramente se regozijando com tudo o que Ele pôs à minha frente. Será que a nossa alegria em Deus não poderia ser assim?


Comparo também a alegria no Senhor quando experimento daqueles deliciosos bolos feitos pela Da.Odetti (*), ou um apetitoso prato preparado com a maestria de um ‘chef’, pela Silvia Bocatto (*). Ao levar o primeiro bocado à boca, naquela mistura de sabores e cheiros, eu não grito, não corro, nem abraço ninguém – mas apenas um inarticulado “Huuumm....”. Isso era tudo o que as minhas anfitriãs desejavam ouvir, pois não há maior expressão de prazer que esta.


Fiquei refletindo que Deus é este ‘cozinheiro’ que trabalha os ingredientes da vida e prepara inúmeros momentos felizes e agradáveis para mim e para você. E por que Ele faz isso? Simples: a sua maior satisfação é ouvir aquele “Huuummm...” que vem do fundo do nosso ser.


Por isso, o velho apóstolo ensina: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp 4.4). E ninguém precisa lhe dizer o modo como deve fazê-lo... Afinal, não importa a forma como você irá demonstrar a sua gratidão e o seu amor para com Deus, contanto que seja a mais pura expressão de regozijo e alegria, que venha do fundo do teu ser.


“Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Sl 118.24).


Daniel Rocha

Pastor na Igreja Metodista em Santo André


* exímias cozinheiras de minha igreja.


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