"O rei gostou mais de Ester do que de qualquer outra mulher; ela foi favorecida por ele e ganhou sua aprovação mais do que qualquer das outras virgens." - Ester 2:17
Ester foi uma mulher agraciada por Deus com muitas qualidades. Uma delas e talvez a de maior destaque no início de sua história, é a sua beleza, pois conseguiu sobressair-se e atrair a atenção do rei, dentre todas as virgens daquele reino e de reinos vizinhos. As virgens eram preparadas durante muitos dias para, então, serem apresentadas ao rei. Essa preparação consistia em: boa alimentação, massagens, banhos, aulas de apresentação pessoal, técnicas de sedução e cuidados com o corpo e cabelos. Mesmo todas elas sendo preparadas da mesma forma, Ester foi a escolhida. Seria então Ester a mais bela de todas?
Desde os primórdios encontramos relatos históricos sobre os cuidados que as mulheres sempre tiveram com sua beleza. Na história vemos que os padrões de beleza de cada época se alternam, mas não se pode negar que sempre houve a busca pela satisfação com a aparência física.
É prazeroso para a mulher se olhar no espelho e gostar do que vê. Há uma satisfação egoica implícita muito mais profunda do que o espelho pode revelar.
Sigmund Freud, dizia que o ego é sinônimo de angústia porque ele é a manifestação do desejo insaciável de satisfazer aquilo que é imposto pelo mundo exterior. Nesse mundo exterior podemos pensar nas condições impostas por nossa sociedade e pela mídia que tem um papel importante no quesito “padrões de beleza”. Ouvimos falar sobre movimentos feministas em favor da queda de alguns tabus, mas estes padrões estão inseridos em nosso dia a dia e na maioria das relações que ao longo de nosso nascimento e vida adulta se estabelecem. Não é tão fácil desconstruir costumes e crenças que fizeram parte da construção do que somos hoje, quer queiramos ou não.
O mais curioso desta história é que a busca da perfeição teve início na criação do mundo… “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” (Gênesis 1:26); este versículo apontava para a condição humana na busca de uma perfeição espiritual, de conduta e retidão moral. Deus nos criou à sua imagem e semelhança, dando-nos a condição de termos emoções e sentimentos como a capacidade de amar, poder de escolha (livre arbítrio), criatividade, senso de moral e justiça. São estas condições que nos diferem de suas outras criações. A perfeição que antes era de ordem celestial e ética, tornou-se puramente estética. Antes, o corpo era da ordem do sagrado. Hoje, o que conta é a aparência. Portanto, o pecado agora é estar fora dos padrões que são ditados através do que vemos nas passarelas e na mídia em geral.
Muitas vezes, sem que percebamos, estamos em busca da forma perfeita.
Desde muito pequenas somos convencidas de que a beleza física é a responsável pelo sucesso no amor e nos negócios. Nesta busca incansável pela satisfação do ego, tentamos transformar nosso corpo no palco da perfeição e da juventude eterna. Quanto mais buscamos este tipo de perfeição mais nos afastamos da realidade, tornando tudo isso algo insuportável. Que mulher não se frustra, mesmo que seja um pouquinho, ao se olhar e não se ver nada similar ao que vê todos os dias na TV, revistas ou Youtube?
Quando lemos sobre Ester podemos facilmente nos enganar de que seu sucesso foi a sua beleza. Sua beleza pode ter sido usada para chegar ao rei, mas o que fez com que o rei amasse Ester e também amasse ao seu povo foram as outras qualidades que Ester possuía. Ela era inteligente, corajosa e muito temente a Deus. Foi capaz de colocar sua vida em risco para salvar a seu povo. E mesmo o rei não conhecendo o seu Deus, se rendeu diante da graça de Ester e a favor de Deus.
Vou te contar um segredo. Você é uma mulher de verdade! Você acorda com a cara inchada e descabelada, tem pele manchada, unha para fazer, tem problemas para resolver, tem contas para pagar, hormônios para acalmar, família para cuidar e pessoas para amar. E ainda tem que estar sempre linda? Você deve ficar diva apenas quando quiser. Não se cobre tanto. A grande beleza da mulher, está em ser mulher. Já dizia o homem mais sábio do mundo “Vaidade,
tudo é vaidade…” (Eclesiastes 1:2). A beleza é passageira e a formosura é enganosa. Não se importe com quem te amola ou te aflige por causa da sua aparência, pois o tempo passa para todas nós e a única coisa que você poderá reter é o que você realmente é. Espelhe-se em grandes mulheres como: Ester, Sara, Raabe, Maria, sua mãe, sua vó, sua tia. Aquelas que realmente foram guerreiras e heroínas, porque isto não sai de moda!
Cada uma de nós temos nosso valor e sem dúvida ultrapassa a camada fina do exterior.
Marcia Taciana F. S. Carvalho
Comments