Falar de costumes não é fácil! Isso porque os costumes estão muito vinculados ao momento temporal em que se vive. Por exemplo, antigamente, aliás, muito antigamente, não se aceitava o órgão dentro das igrejas. Diziam que era um instrumento de cabaré. A história não só nos mostra que ele foi aceito, como durante um bom tempo, se tornou um dos principais, senão o único, instrumento das igrejas cristãs. Assim são os costumes, o tempo altera o que é universalmente aceito, para o desuso, ou em alguns casos, para a rejeição.
Só que, em nossa doutrina, e você que é membro da Igreja Metodista viu isso na classe de catecúmenos, temos os nossos costumes, que são consequências das regras gerais, as quais John Wesley pessoalmente as criou e a Igreja Metodista tem adaptado a cada época a sua linguagem.
Se você se recordar vai perceber que temos diversos costumes que devem marcar a conduta de todo o povo metodista e neste texto, gostaria de refletir com você amado/a leitor/a, acerca da observação do Dia do Senhor, especialmente dedicado
ao culto público, ao cultivo espiritual pelo estudo da Bíblia, e ao descanso físico.
Nos dias de hoje, creio que esse costume tem sido um verdadeiro desafio em nossas vidas, até me atreveria em dizer para a sociedade como um todo. Isto porque, ao analisarmos sociologicamente o comportamento de nossa população, percebemos uma severa tendência ao isolamento físico e contato extremo através de redes sociais. Ou seja, estabelecemos vários relacionamentos virtuais e poucos relacionamentos pessoais, o que denota um grande sentimento de solidão em muitas pessoas, por conta da ausência do contato físico.
Entretanto, nós metodistas somos privilegiados nesse sentido, e agimos na contramão da sociedade, isso porque ao respeitarmos o nosso costume e participando das atividades semanais (aos domingos na escola dominical e culto vespertino, nos cultos de meio de semanas e grupos de discipulado), temos o contato com nossos irmãos e irmãs em Cristo, além de termos o privilégio e a honra de nos aprofundarmos no conhecimento da Palavra do Senhor através do seu estudo além de sermos ministrados especificamente em nossas vidas através dos sermões que são pregados em nossas comunidades. Afinal quem de nós não teve a sensação que determinada ministração veio diretamente do céu para a sua vida?
Quando nos afastamos das atividades da igreja, perdemos esta rica e preciosa oportunidade de ouvirmos a voz de Deus a ministrar especificamente em nossos corações, por isso devemos ter em mente que o participar das atividades da igreja não é uma obrigação, mas um privilégio que podemos desfrutar a qualquer tempo.
Entretanto, este costume nos traz ainda outro desafio: o respeito ao descanso físico. Percebo que nos Dias atuais muitos têm buscado incessantemente o ter. E não vejo isso como um mal propriamente dito. Só se torna um mal quando abrimos mão do nosso descanso e optamos em trabalhar. Entenda, não é uma crítica a sua opção (para quem a faz), é uma palavra de cuidado para com a sua vida, pois se não respeitarmos o descanso uma hora nosso corpo não irá suportar e, espero que isso não aconteça, poderemos ser forçados, por um episódio de doença, a parar e nunca é bom que isso aconteça.
Portanto, planeje-se. Esteja na Casa do Senhor, pois Deus tem o melhor para sua vida e lá você recebe alimento, forças e tem a comunhão com outras pessoas, tão importante nos dias de hoje, mas também procure respeitar os seus limites para que você possa desfrutar de tão merecidos e importantes momentos de descanso semanal para recarregar suas baterias e garantir uma longevidade de vida para experimentar a realização de todos os sonhos de Deus em sua vida e tenho certeza que você poderá clamar em alta voz:
Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!
Renato Saidel Coelho