Ser praticantes de boas obras e ser benfeitor dos necessitados, é algo enraizado em nossa história. Como está expresso em nossos cânones, onde se afirma que os metodistas devem pautar seus atos pelos princípios do Evangelho e pelas Doutrinas e Costumes da Igreja Metodista. E declara que a Igreja Metodista cumpre a sua Missão, entre outras formas
“proporcionando a seus membros meios para alcançarem uma experiência cristã progressiva, visando ao desempenho de seu testemunho e serviço no mundo”
(XX Concílio Geral da Igreja Metodista, 2017, p. 18)
Devemos pensar sobre o que é serviço no mundo. Podemos partir de algumas referências bíblicas, como:
“Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos para repartir.” (1 Timóteo 6:18),
ou de,
“Ouçam! O semeador saiu a semear.” (Marcos 4:3),
ou ainda de,
"Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte” (Mateus 5:14),
ou de
“se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado". (Mateus 5:41,42).
Todas estas citações bíblicas indicam a nossa responsabilidade como cristãos, em especial como Metodistas, de demonstrar o amor de Deus ao mundo, de ser referência de serviço no mundo, seja pregando a palavra de Deus, seja nas ações concretas em favor do próximo, seja na ajuda na caminhada de outros, não podemos entender de outra forma que não seja este o serviço no mundo. Que são a prática de boas obras e recomendação para sermos benfeitores dos necessitados.
Neste contexto canônico, ainda, devemos considerar, o que significam costumes, segundo a definição do site significados, costumes são ações tidas como regras sociais a partir do repetitivo processo de suas práticas. Assim, por serem prolongada mente executadas, transformam-se em obrigações sob o ponto de vista de determinada sociedade. Em suma, os costumes são
atos habituais que, com o passar do tempo, acabam por se tornar prática comum enraizada na cultura social (https://www.significados.com.br/costumes/).
A junção destas duas preocupações tipicamente metodistas está declarada no Credo Social da Igreja Metodista, nele vemos a importância da atuação social de seus membros, nele se afirma a responsabilidade cristã pelo bem-estar integral do homem.
“A igreja Metodista afirma sua responsabilidade cristã pelo bem estar integral do homem como decorrente de sua fidelidade à Palavra de Deus expressa nas escrituras da Antigo e do Novo Testamento, essa consciência de responsabilidade social constitui parte da preciosa herança confiada aos metodistas pelo testemunho histórico de João Wesley” (Concilio Geral 1971, 1971)
Este Credo Social completou 110 anos, pois o primeiro Credo Social foi formulado em 1908 pela Igreja Metodista Episcopal do Sul dos Estados Unidos. No Brasil, a Igreja Metodista adotou a versão americana por ocasião da sua autonomia, em setembro de 1930. (Lazier, 2018). Isso demonstra que como igreja temos esta preocupação com a prática de boas obras e em sermos benfeitores dos necessitados, desde de muito tempo atrás, é um costume nosso.
Podemos concluir que temos história, temos documentos, temos Credo Social, temos costumes, mas principalmente, temos a prática. Não nos restringimos a afirmações ou ordenanças eclesiásticas ou a costumes sem vida. Guiados pelas nossas origens, cada igreja metodista tem seu ministério de ação social, muitas tem suas organizações sociais (ONG), onde se mostram presentes a prática de boas obras e o ser benfeitor dos necessitados. Somo reconhecidos por isso, é uma marca metodista.
Samuel de Barros Moraes
Membro da Catedral Metodista de São Paulo e Secretário da Câmara Regional de Ação Social
Concilio Geral 1971. (1971). Credo Social da Igreja Metodista. CEI.
Lazier, B. J. (22 de 08 de 2018). IGREJA METODISTA DE VILA ISABEL. Fonte: http://www.metodistavilaisabel.org.br/:
XX Concílio Geral da Igreja Metodista. (2017). Canônes da Igreja Metodista. Brasília.
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