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Iracema: a história de uma mulher metodista

Atualizado: 21 de mar. de 2018

Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos coração sábio. ” (Salmo 90:12)

Iracema Cezar da Silva completou 90 anos no dia 22 de fevereiro e sua história de vida carrega muito da história da Igreja Metodista na Terceira Região. Ainda adolescente, trabalhando em uma fábrica de meias, liderou movimentos reivindicatórios dos empregados, e nos intervalos para almoço gostava de jogar futebol com vizinhança. Converteu-se na Igreja Metodista no Ipiranga onde, de pronto, envolveu-se nas atividades da comunidade: cantava no coral, sendo líder de voz dos contraltos. Também cantou no coral Evangélico de São Paulo*. Participou na juventude na formação da Igreja em Vila Conde.


Sempre envolvida com a igreja e com a missão, conheceu o então seminarista João Inácio da Silva, com quem se casou em 1949.


Acompanhou o ministério do marido, passando pelas igrejas em Jericó, Cunha, Piquete, Santo André, Sorocaba, Vila Mazzei, Luz. Mesmo sendo mãe de nove filhos e filhas e com todos os afazeres domésticos, Iracema não deixava de participar das atividades da Igreja ou de acompanhar o trabalho pastoral, mas nunca abandonou as crianças e, sempre que possível, as levava às atividades da igreja, procurando sempre criar para elas um espaço da brincadeira e socialização com outras crianças e adultos.


No segundo domingo de agosto de 1975, Dia dos Pais, quando pastoreava na IM Luz, o rev. João Ignácio da Silva teve um infarto agudo do miocárdio, vindo a falecer ainda na igreja. Iracema ficou viúva com nove filhos, sendo que a filha mais nova tinha 1 ano e 6 meses.


Para os filhos e filhas, a perda repentina do pai, considerado exemplo de respeito, dedicação e amor, marcou tristemente a vida da família, porém, sendo Iracema uma mulher de fé, manteve a família unida e estabeleceu os laços de ajuda mútua para a superação, com apoio de parentes e irmãos e irmãs da igreja.


Claudia, a oitava filha, na época com 4 anos, compartilha seu testemunho: “Guardo uma imagem na minha memória que me marcou: minha mãe, sentada ao lado do caixão, durante o culto realizado no velório, orando em alta voz e em meio ao choro agradecia a Deus pela vida do meu pai. Quando cresci e comecei a entender um pouco esses acontecimentos, me pegava pensando: ‘que mulher é essa, que em meio a tanta tristeza ainda conseguiu levantar a sua voz a Deus e agradecer? ’. Eu era muito pequena, mas nunca me esqueci dessa cena! E hoje entendo o que realmente significa “a fé remove montanhas”.

Wagner, o filho primogênito, conta que após a morte do pai, perguntou a ela: como seria a vida da família? Onde iriam morar? Como seria o sustento? E ela respondeu: “Deus proverá”.


E Deus proveu. Iracema mudou-se com os filhos e filhas para Santo André, com apoio das IMs em Santo André, na Luz, e outras que responderam a campanha de contribuições financeiras feita pelo Bispo Alípio Lavoura, e continuou muito atuante: foi professora de Escola Dominical com crianças e com mulheres, presidente de sociedade de Mulheres, coordenadora de ministério de intercessão, coordenadora de grupo de oração nas casas, integrante do grupo coral.


Agora, já aos noventa anos, faz questão de participar das reuniões de intercessão da igreja e dos cultos matutinos e vespertinos, e ainda é fonte de apoio e exemplo de fé para os filhos, filhas, netos, netas, bisnetos, bisnetas, noras e genros, que somam 47 pessoas, além da igreja, a quem ela chama carinhosamente de “minha família maior”.


Iracema Cezar da Silva é parte da história do povo chamado Metodista, e mostrou e mostra a força da mulher que não foi sombra, mas caminhou ao lado do marido-pastor, e fez a sua própria história enquanto mulher metodista e líder. Fez e faz diferença como mãe, mulher e esposa. Um exemplo de mulher protagonista, virtuosa, que consegue olhar com esperança em meio às adversidades da vida e ter atitudes que geram transformação. Há na vida da Igreja, outras “Iracemas” com uma vivência rica e profunda, e por meio dessa história homenageamos as mulheres metodistas de todas as idades, que fizeram, fazem e farão a nossa história.


*O Coral Evangélico de São Paulo foi fundado em 1948 pelo Reverendo Natanael Inocêncio do Nascimento, professor e pastor da Igreja Metodista, com o objetivo de integrar coralistas das várias igrejas evangélicas reformadas de São Paulo em um grupo que apresentasse, principalmente, música sacra evangélica brasileira.

Rogério Pereira da Silva

Assessoria de Comunicação

Com informações de Cláudia Cezar da Silva, Neusa Cezar da Silva e Diná da Silva Branchini.


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