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O que está acontecendo conosco?

Um dos verbos mais utilizados nas Escrituras é “Lembrem-se” (“lembrai-vos”, para os que como eu cresci lendo a Bíblia nas antigas versões de João Ferreira de Almeida). Lembrem-se! Porque Deus, o Espírito Santo, o verdadeiro autor, o autor por trás dos autores bíblicos, insiste nesse imperativo? Do que, afinal, temos nos esquecido? E por quê?


Pessoas pensando

Para início de conversa, devemos nos lembrar de que... Deus não se esquece de nada! Se há uma memória que não caduca, não apaga coisas importantes é a memória do Altíssimo. Os salmistas e os profetas insistem nesse ponto. Suas orações e pregações não deixam essa verdade sem ênfase: “Lembra-te, Senhor, das tuas misericórdias e das tuas bondades, que são desde a antiguidade” (Salmo 25.6). “Lembra-te da minha aflição e do meu pranto”, foi o grito de Jeremias, o grande profeta.


O fato é que Deus tem o poder de não querer lembrar (e tudo o que Deus quer, Deus pode e Deus faz) dos nossos pecados (Miquéias 7.18,19).

No entanto, nada escapa da memória do Senhor – se é que podemos usar uma característica da pessoalidade humana ao Ser infinito e divino do Criador.


Mas quanto a nós, esquecemo-nos de muita coisa – e como esquecemos!


Esquecemo-nos de quem somos.


Esquecemo-nos de quem é Deus (Deuteronômio 32.18).


Esquecemo-nos de adorar e de como adorar ao Deus Vivo de verdade.


Esquecemo-nos o que é orar e como orar de coração.


Esquecemo-nos facilmente da importância da Ceia do Senhor, pois “quem não come da minha carne e não bebe do meu sangue não tem parte comigo”, disse categoricamente Jesus – mas nós esquecemos-nos disso!


Esquecemo-nos de que a Comunhão dos Santos, a vida comunitária, de amor sincero, sacrificial e profundo não é uma opção: é ordem, é diretriz, é mandamento do Cristo.


Esquecemo-nos de que amar, muito mais do que sentir, é agir. Deus amou o mundo de tal maneira que fez algo estupendo pelo mundo – deu Seu próprio Filho em sacrifício redentor, expiador, salvador. Esquecemo-nos de que só amamos a Deus se amamos o próximo. Esquecemo-nos de quem é o próximo.


Esquecemo-nos de que o modo como vivemos a semana mostra a verdade do que cantamos e professamos no domingo. Esquecemo-nos de que o culto continua. O culto é a nossa vida. Esquecemo-nos de que sem culto na vida não há vida no culto. Esquecemo-nos o que é culto!

Esquecemo-nos o que é membresia, congregar, fazer parte, pertencimento.


Esquecemo-nos o que é submissão mútua. Esquecemo-nos de que devemos nos sujeitar uns aos outros no temor do Senhor.


Esquecemo-nos disso tudo.


Ah, claro: esquecemo-nos de ler, meditar, estudar e memorizar a Sagrada Escritura, como se a nossa fé se sustentasse no ar, no vão das nossas cantorias gospel, das nossas frases-feitas: “tá amarrado”, “vai dar tudo certo”, “somos filhos do Rei”, “somos cabeça e não cauda”.


Esquecemo-nos de que a fé vem pelo ouvir, ouvir a Palavra de Deus, a Kol Yahveh, a Voz de Deus. Esquecemos o que é Hora Tranquila. Esquecemos o que é Devoção, começar e terminar o dia com oração, ao invés do WhatsApp e Facebook.


Esquecemo-nos de que a tecnologia online não é o problema, mas otimiza, maximiza, amplifica nossa obsessão conosco mesmo, com a vaidade, a bizarrice, a estupidez e pecaminosidade contumaz do ser humano.


Esquecemo-nos de como orar de mãos postas. Até porque quase nunca estão vazias.


Esquecemo-nos de que se o smartphone for nosso Pastor/Pastora, muito (para não dizer tudo) nos faltará: sono, sossego, tempo livre, conversa fiada – jogada fora, num café sem pressa com quem a gente ama...


Esquecemo-nos de que já fomos gente junto de gente, perto de gente, ao lado de gente, que já vivemos sem o Google e a Apple, sem 40 e-mails por dia (fora os spam), sem 50 zaps por dia (fora as listas de transmissão e os “Bom Dia” dos grupos). Esquecemo-nos de como era viver sem gastar três horas por dia (dados da GloboNews) no Facebook.


Esqueci que posso soar careta e retrógrado.


Estou me esquecendo de mais alguma coisa?


Denis Oliveira

Conselheiro de juvenis e Seminarista da Igreja Metodista em Cunha.


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