Setembro amarelo é uma campanha mundial que trata sobre o SUICÍDIO e foi adotada pelo Brasil desde 2014 para desmistificar o assunto e também conscientizar a população sobre a realidade e mostrar que existe prevenção em mais de 90% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim?... (Salmos 42.5)

No meio cristão, em geral, sempre foi muito comum que a maioria das pessoas associe o suicídio como um ato exclusivamente espiritual e causado pelo diabo e, sendo assim, tornou-se um assunto nunca discutido e sem espaço para ser falado dentro das Igrejas e até mesmo no ceio familiar. Com essa postura e a falta de espaço para diálogo e apoio, infelizmente, é considerável o número de cristãos que pensam em suicídio ou que de fato tiram suas vidas. Na maioria dos casos,
uma pessoa que pensa no suicídio não quer morrer, mas sim acabar com a dor que a aflige. O suicídio parece a melhor opção, quando ela acredita já ter tentado todas as outras e sente que ninguém pode ajudá-la. É nesse momento que a morte se apresenta como uma solução.
Outros fatores podem levar a essa decisão, como os transtornos psicológicos, entre os quais se destaca a depressão, que representam o diagnóstico mais frequente nesses casos, presente em 36% das vítimas. Também estão relacionados ao problema a dependência de álcool (em 23% dos casos); esquizofrenia (14%); e transtornos de personalidade (10%); histórico familiar para a doença; poucos vínculos sociais e solidão; além de desemprego, traumas e episódios de abuso ou maus-tratos na infância, bem como a presença de doenças clínicas não psiquiátricas, entre elas câncer, AIDS, enfermidades neurológicas e reumáticas.
O suicídio é considerado um problema de saúde pública e mata um brasileiro a cada 45 minutos e uma pessoa a cada 45 segundos em todo o mundo.
São 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer.

Graças a Deus, hoje, toda pessoa tem a oportunidade de deixar a ignorância e compreender que não se trata apenas de influências malignas, mas que todos nós, estamos sujeitos a pensar no suicídio como saída quando enfrentamos problemas, dores, perdas, desilusões, angústias e sentimentos que não sabemos como lidar, mas que nos incapacitam de enxergar possibilidades de solução. Você pode se perguntar: se Deus provê todas as coisas e supre todas as nossas necessidades, como pode um cristão passar por estas aflições? Com muita humildade te respondo que nós somos feitos de carne e, por isso, estamos suscetíveis a sofrer como qualquer outro ser humano, inclusive, como Jesus quando se fez homem e aqui viveu.
Ser cristão não significa estar isento de todos os males que há no mundo, e principalmente, no nosso próprio mundo, nossa mente.

Adoecer da alma não é algo novo, mas tem se agravado à medida que somos consumidos pelo tempo e cresce o distanciamento entre nós. O amor tem se esfriado como previsto pela Bíblia, em Mateus 24.24. Jesus, o mais perfeito de todos, nos avisa sobre isso quando diz “Neste mundo tereis aflições...” (João 16.33a); e Ele mesmo passou por muitas delas, pois, tudo o que nós sentimos Ele também sentiu.
Pode ser que alguém tenha inúmeros motivos para morrer, mas a intenção aqui é pensar sobre os motivos que temos para viver.
Viver é a melhor escolha
Pode parecer frase clichê, mas enquanto há vida, ainda há esperança. Enquanto temos vida em nós sempre haverá alternativas, outras escolhas, novas oportunidades, novas experiências que podem transformar o que sentimos e pensamos. Escolher viver em meio a dor e em um mundo tão caótico pode parecer impossível, mas quem garante que depois daquela imensa montanha à sua frente não há um vale maravilhoso no qual você poderá desfrutar de coisas que nem imagina?
Sua vida tem um propósito
Ninguém nasce por acidente ou para simplesmente viver. Não! Tudo o que vivemos, sejam experiências boas ou ruins, fazem parte de um propósito maior do que podemos imaginar.
Você tem muito valor
Se você não se sente valorizado ou reconhecido por aqueles que te rodeiam, quero te dizer que este sentimento deve vir de você mesmo. Valorize-se! Você tem qualidades, tem potencial e tem vida. Isto lhe possibilita alcançar todos os seus sonhos.
Antes de diminuir-se, lembre-se que Deus te deu tudo o que você precisa para romper com seus próprios limites. Rompa com aqueles que dizem o contrário disso.
Você é amado
Pode ser que você não se sinta amado ou reconhecido por aqueles que estão à sua volta, mas você é muito amado. Antes que possa exigir amor de alguém, ame-se! O seu amor próprio é mais importante que o amor que outras pessoas podem te oferecer! Cuide-se sempre. Não espere chegar ao limite para procurar ajuda. Cuide da sua saúde, da sua alimentação, dos ambientes que frequenta, e dos limites que impõe às pessoas à sua volta. Tenha um hobby, procure algo que seja só para você, algo que goste e que possa te proporcionar prazer e que te faça bem. Faça terapia para se autoconhecer. Se você não está bem, não tenha vergonha de pedir ajuda. Procure ajuda psicológica.
Não se abandone e não desista de você. Ainda é possível viver uma vida incrível. A escolha é sua!
Não podemos esquecer que Deus nos ama de forma imensurável e capacitou profissionais para nos ajudar nos momentos que mais precisamos.
Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.
Marcia Taciana de Freitas Santos Carvalho
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