Lucas 23:44-49
A morte na cruz era, no mundo romano, uma horrível forma de castigo. Somente os assassinos mais cruéis eram submetidos a este tipo de morte escandalosa! E foi justamente desta maneira que mataram o filho de Deus, que se fez maldito por nós; nesse sentido, podemos dizer que a cruz, para os cristãos, de um símbolo de maldição, após a crucificação de Jesus, tornou-se um símbolo de salvação, amor e perdão.
“Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus”. (1 Co 1.18)
No dia em que chamamos Sexta-feira da Paixão, lembramos do imenso sofrimento que Jesus passou na cruz e porque Ele escolheu passar por tudo isto. Nessa linha de pensamento, pode-se destacar dois motivos principais, a saber: obediência a Deus para salvar a humanidade já condenada, “Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”. (João 4.34); o segundo motivo foi a paixão de Jesus por cada um de nós, miseráveis pecadores. A palavra paixão, tão mal-empregada nos tempos atuais, define, simplesmente, desejos humanos e, em grande parte, desejos carnais, fugindo totalmente do seu sentido original e bíblico, que denota uma entrega desmedida, profunda inconsequente! Do grego “pathos” esta paixão cumpriu o que diz o evangelho de João no capítulo 3.16 “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
De acordo com a narrativa de Lucas, conforme referência citada no cabeçalho deste texto, da hora sexta - meio dia, à hora nona - 3 horas da tarde, houve densas trevas e o véu do santuário se rasgou; após isto, Jesus gritou: Pai em tuas mãos entrego meu espírito; assim conclui sua obra na cruz. Todos/as que estavam assistindo aquele espetáculo tiveram que reconhecer: de fato Jesus era e é o filho do Deus vivo!
Então, como podemos notar, a Sexta-feira da Paixão é para nós um dia de suma importância pois, neste dia Deus, através de Jesus, venceu a morte definitivamente. Como se sabe, a cruz não foi o fim para o Filho de Deus, que ao terceiro dia ressuscitou e está à direita de Deus Pai.
Portanto, que neste período, bem como todos os dias de nossas vidas, possamos abrir o coração para o grande amor de Deus, reconhecendo a obra da cruz relembrada no hino 269 de nosso hinário (Hinário Evangélico) em seu refrão:
“Foi na cruz, foi na cruz, Onde eu vi meu Jesus, O castigo por mim suportar; Pela fé, logo ali, Os meus olhos abri, Desde agora na luz desejo andar”.
Enoque Rodrigo de Oliveira Leite
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