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REFORMA PROTESTANTE

Foi um movimento reformista cristão do século 16 liderado por

Martinho Lutero, simbolizado pela publicação de suas 95 teses,

em 31 de outubro de 1517, na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg

Jesus na manjedoura

Aspectos políticos que antecederam o movimento da Reforma Protestante


Havia uma crescente centralização do poder dos reis e imperadores dominantes na Europa no final da Idade Média.

A relação entre o Estado e a Igreja estava muito tensa. O poder até este ponto da história estava centralizado na Igreja Católica:

ela tinha em suas mãos o domínio espiritual sobre as pessoas e o domínio político e administrativo sobre os reinos existentes.


A Igreja possuía grande extensão de terra; os senhores feudais pagavam tributos a Roma, controlada pelo Papa. Como era de se esperar, essa prática foi sendo questionada pelos reis e imperadores que viam boa parte dos seus recursos sendo enviados para Roma e queriam que estes impostos ficassem em seus reinos.


O povo em geral, incluindo os camponeses, estava descontente com a ação e a interferência da Igreja na vida cotidiana, pois eram explorados em sua fé para sustentar o clero. Os mosteiros e bispados eram proprietários e ainda viviam à custa do povo campesino em sua maioria. Moradores das cidades e dos campos todos eram taxados.


O capitalismo estava nascendo nesse período e a Igreja se colocou contra, pois em meio às práticas do capitalismo estava presente a cobrança de juros altos por empréstimos, o que era considerado pecado.

A Igreja apoiava a comercialização, mas sem direito aos lucros: deveriam vender as mercadorias a preço justo.

Logo a Igreja encontrou a resistência dos burgueses que viam a redução dos seus investimentos; também aderiram à resistência os investidores da manufatura.


São elementos importantes para se destacar quando se fala da Reforma Protestante: o clima estava favorável para um movimento dessa natureza.

A Reforma contou com a adesão de reis e imperadores, do povo e da burguesia, pois desejavam quebrar a interferência e o poder da Igreja de Roma, em determinar o curso de suas vidas políticas e financeiras.

Fatores internos na Igreja que levaram à Reforma


Duas correntes teológicas em choque: a Teologia Tomista e a Teologia Agostiniana se batiam de frente. O clero estava desmoralizado, condenava a usura dos burgueses, no entanto, negociava com a graça de Deus e comercializava os bens da Igreja.

O clero utilizava de sua autoridade na obtenção de privilégios. Os cargos eclesiásticos eram vendidos – era uma prática comum no final da Idade Média.

Dentre os escândalos expostos na época se encontra a venda das indulgências. Era a venda do perdão dos pecados.


A Reforma atribuída ao monge Martinho Lutero


A Reforma Protestante iniciou-se com Martinho Lutero (ele nasceu no ano de 1483 e faleceu em 1546). O monge agostiniano era professor na Universidade de Wittenberg. Era um feroz crítico de algumas práticas da Igreja.

No ano de 1517, no dia 31 de outubro, revoltado com as práticas escandalosas da Igreja Católica, como a venda de indulgências, Martinho Lutero torna pública suas 95 teses criticando a Igreja juntamente com Papa. As 95 teses foram pregadas na porta da Igreja, na cidade de Wittenberg, na Alemanha, por alguns estudantes que as haviam recebido com o objetivo de realizarem um debate em sala de aula. Desta forma, as 95 teses se tornaram acessíveis ao público; alguns as leram para a população inculta. Deste modo, espalharam-se as censuras à Igreja Católica.


Reflexos da Reforma


O Papa Leão X, em 1520, redigiu um tratado condenando as 95 teses de Lutero e exigindo sua retratação. Lutero reage queimando o tratado em público agravando ainda mais a situação. No ano de 1521, na Assembleia de Worms (convocada pelo imperador Carlos V), ele foi considerado herege.


No entanto,

Lutero foi acolhido por parte da nobreza alemã, ficando refugiado no castelo de Wartburg. Durante seu refúgio fez a tradução da Bíblia do latim e também para o alemão,

desenvolvendo os princípios de uma nova religião.

No ano de 1530, na Confissão de Augsburgo, um dos discípulos de Lutero, chamado Melanchthon, escreveu um texto que fundamentou a doutrina Luterana.


Houve sucessivas guerras religiosas – em função do movimento da Reforma que teve o seu término no ano de 1555 –, pela paz de Augsburgo. Foi firmado um acordo determinando que cada governante, dentro do seu Império, poderia definir qual seria a sua religião e assim, a de seus súditos.


Herança recebida da Reforma


Deste movimento, quero destacar as cinco solas da sua tradução para o português. São elas: somente a fé (Sola fide); somente a Escritura (Sola scriptura); somente Cristo (Solus Christus); somente a graça (Sola gratia); somente a Deus glória (Soli Deo gloria).


1 – Somente pela fé conseguimos crer que Deus é um pai amoroso que acolhe todos e todas os que invocam o Seu nome:

“Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” – Romanos 10.13; “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” – Atos 2.21. Pela fé temos condições de entender o alcance das coisas divinas.


2 – Somente a Escritura Sagrada contém o que nos é suficiente para a salvação e é fonte de inspiração e de revelação,

sobre o Cristo de nossa fé, para todos e todas: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” – João 5.39. A verdade está revelada nas Escrituras.


3 – Somente Cristo e somente Ele tem o poder para salvar as pessoas do pecado e dar esperança de um futuro melhor,

ainda que seja no porvir: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” – Atos 4.12. Esta afirmação combate a ideia de que somente na Igreja a pessoa pode ser salva.


4 – Somente a graça.

Não existe outra forma de sermos alcançados para a salvação e remissão de pecados a não ser pela graça de Deus. É por ela que recebemos o dom da fé para crer em Deus, e por ela que somos justificados diante de Deus e não há nada que possamos fazer para retribuir ou pagar para receber tão grande dádiva. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” – Efésios 2.8,9.


5 – Somente a Deus Glória,

Jesus nos ensinou isso na oração do Pai Nosso: – Teu é o reino, Teu é o poder e Tua é a Glória para sempre (Mateus 6.13).

O movimento da Reforma tomou vulto por ter colocado a Bíblia em linguagem popular. A Bíblia foi colocada nas mãos do povo deixando de ser exclusividade do clero.


Como metodistas, também somos herdeiros da Reforma Protestante, trazendo em nossa vocação histórica o seguinte lema: “reformar a nação, particularmente a Igreja, espalhando a santidade bíblica por toda a terra”.

José Carlos Peres

Bispo presidente da Igreja Metodista 3RE


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