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Missões - o que desejamos viver hoje?

Introdução

Estamos como igrejas locais e Terceira Região Eclesiástica sonhando com uma nova caminhada missionária. O termo missões, é extremamente amplo, comporta missões urbanas, rurais, culturais, transculturais. Neste artigo meu desejo é focar nas missões a partir das realidades locais. Ou seja um contexto urbano de São Paulo, e também nossas comunidades no interior, baixada santista, litoral norte. Que mesmo distantes da realidade de São Paulo capital, tem características muito similares. Uma primeira pergunta: Qual o papel da igreja hoje na nossa sociedade? Diante de fenômenos como o neoliberalismo, globalização, etc. E evangelização na vida da Igreja?



A evangelização mudou?

Ao olharmos para o texto de Atos 2, a igreja primitiva encontramos uma igreja que está vivendo o seu crescimento de forma exponencial. As pessoas estão vivendo sobre a orientação do Espirito Santo, quem é responsável pela manutenção da doutrina são os apóstolos, sinais e prodígios acontecem. Mas esta igreja vive também a perspectiva do cuidado e do discipulado. (At. 2:42-47, At. 4:32 ss). Eles se visitam de casa em casa, poderíamos chamar isso de pequenos grupos ou células, onde eles tem cuidado uns dos outros. Em especial com os novos convertidos, afinal aquela igreja estava nascendo. Segundo eles compartilhavam as refeições com alegria e singeleza de coração, ou seja, a comunidade era muito mais próxima, dava atenção uns aos outros, viviam de fato a comunhão. E compartilhavam seus bens e dividiam a medida que alguém tinha necessidade. Aqui encontramos a ação social. Ou seja a comunidade primitiva tinha como eixo principal a missão, aqui interna, voltada para os novos convertidos, para a comunhão, discipulado, ação social, a educação através da orientação dos apóstolos. Mas também era uma comunidade voltada para os de fora, as pessoas olhavam para aquela igreja, e eles “contavam com a simpatia do povo”. Hoje poderíamos fazer esta pergunta, a comunidade que está em torno das nossas igrejas, tem simpatia por nós? Ou nosso único testemunho passa pelo volume do som das nossas igrejas no momento dos cultos? Por isso uma definição pode nos ajudar: O que é evangelização?

  • A Evangelização tem como seu ponto de partida Deus, e é sustentada por Deus. Por esta razão, a Evangelização não pode ser concebida como uma faceta da atividade da Igreja, senão como seu centro de vida, e por conseguinte, como uma expressão viva da teologia... "A Evangelização se fundamenta, não só em um texto isolado, senão no significado total da fé cristã mesma, fé em Deus Pai, no Filho e no Espírito Santo". (1)


Chamado para a vocação missionária

"Fazer discípulos, ensinar e batizar". - Mt. 28:18-20

A evangelização não mudou. Somos desafiados a continuar o Ide de Jesus. Um texto conhecido, mas muitas vezes não praticado. Assim como membros em nossas igrejas precisamos responder a um chamado sério para o crescimento no exercício da prática do amor e da fé.


Ide – Mateus 28:18 –20. E seus desafios:

  • A passagem tem um caráter Universal.

  • Existe a obrigação de Ensinar.

  • Os apóstolos interpretam esta comissão, ensinam os novos discípulos, tornando a Evangelização tarefa de todos.

A promessa do Espírito Santo é dada como preparação para a proclamação. (2) Mais ainda, é trabalhar para o "crescimento e Edificação do santos”, Efésios 4:7-l6.


A evangelização mudou?

Não, ela continua sendo nossa prerrogativa missionaria. A igreja existe para alcançar aqueles e aquelas que ainda não declararam Jesus como seu Senhor e Salvador.


A Evangelização e a Missão Hoje!

  • A Evangelização deve preocupar-se com o anúncio de Jesus como Senhor e Salvador da humanidade e de sua Boa Nova de Salvação para resgatar a dignidade humana perdida no "Paraíso".

  • A Evangelização deve preocupar-se com a divulgação das Boas Novas, e não ter preocupação excessiva de "selar" ou "carimbar" o novo membro da Igreja, que muitas vezes não é do Reino de Deus.

  • A Evangelização deve preocupar-se com o homem e a mulher dos nossos dias, sem discriminação ou preocupação excessiva com proselitismo, muitas vezes até mesmo evangélico, perdendo a dimensão do Reino e suas necessidades.

  • A Evangelização deve respeitar a cultura do evangelizado e oferecer-lhe através da Palavra de Deus uma oportunidade de refletir sobre que caminhos trilhar em sua fé e espiritualidade, de acordo com os valores do Evangelho.

  • A Evangelização deve ser uma Boa Nova de libertação, porém não deve entender que só o empobrecido é que precisa da Graça Salvadora de Jesus Cristo, mas todo homem e mulher sem discriminação ou preconceito. (3)


Conclusão:

Nossa igreja precisa encontrar ou reencontrar seu despertamento missionário. Resgatar a paixão pela evangelização. O desejo de alcançar vidas e cuidar destas vidas. Encontrar estratégias a partir do mover do Espirito Santo sobre nossas vidas e não simplesmente copiar modelos de outros grupos e ações de outros grupos que pouco tem a ver com a nossa realidade como Igreja Metodista.

Marcos Antônio Garcia

Pastor na Igreja Metodista em Santo Amaro.



 

Referências:

  1. COSTAS, Orlando. Hacia Una Teologia e La Evangelizacion. Buneos Aires, Ed. La Aurora,1973 p.12.

  2. Hacia una teologia... p.45 a 53. Neste capítulo o autor procura fazer uma exegese da Grande Comissão, como sinal preparatório do Ide de Jesus para as comunidades que precisavam sair para Evangelizar. Destacamos em nosso texto apenas aspectos principais do capítulo.

  3. GARCIA, Marcos A ., Evangelização: Desafios em tempos de mudanças, Análise pastoral da Evangelização nos anos 80 na Igreja Metodista, Dissertação de Mestrado, IMS, São Bernardo do Campo, 1995. p.70-71. Consultar também tese doutorado sobre o não crescimento da igreja Metodista na 3ª. RE de 1968 a 1998.

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