Segundo o calendário Litúrgico, hoje celebramos o dia de Pentecostes. Sua origem se dá a partir do Antigo Testamento, com as festas da Colheita, das Semanas, Primícias e Pentecostes. É importante frisar que o termo Pentecostes tem origem grega e o seu significado é cinquenta dias depois (da Páscoa).

No Novo Testamento, temos o famoso texto de Atos dos Apóstolos, que receberam o Espírito Santo que lhes concedia outras línguas e todos os partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios, estrangeiros que lá estavam, os ouviam falar em sua própria língua materna, apesar da zombaria a que foram expostos, pois falavam que eles estavam embriagados (conf. Atos 2, 5-13).
Nos dias de hoje esse evento é conhecido como batismo no Espírito Santo, tema muito controverso em nossa teologia, principalmente quanto comparamos as visões protestantes com o movimento pentecostal. Mas não quero me deparar nessa controvérsia e sim refletir um pouco sobre as consequências de uma experiência com o Espírito Santo.

Um dos grandes questionamentos que encontro nas igrejas onde pastoreei é sobre a real origem das experiências que as pessoas experimentam no dia-a-dia das igrejas, tais como, o “cair na unção”, a glossolalia (falar em línguas), dentre outras manifestações que são encontradas desde os tempos bíblicos, passando por João Wesley (vale a pena a leitura do Diário de João Wesley para relembrar ou conhecer um pouco das experiências de Wesley e dos metodistas na origem do movimento Metodista) até os dias de hoje. Para poder responder adequadamente, sempre vou ao texto bíblico, que deve ser nosso guia e orientador em todas as situações de nossas vidas.
Para tanto, voltemos ao livro de Atos e vemos que, assim que saíram do lugar onde estavam reunidos Pedro se levanta e adverte a multidão que a princípio interpelavam-se mutuamente ou zombavam dos discípulos e os adverte. Como resposta à sua advertência, naquele dia quase três mil pessoas aceitaram a palavra e foram batizados.
Logo em seguida, percebe-se a mudança de vida nos convertidos, que perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Haviam também sinais, prodígios e maravilhas, tais como a cura do coxo na porta Formosa, prisão por anunciarem a ressurreição de Jesus e libertação do cárcere como resposta a oração da igreja.
A descida do Espírito Santo mais do que um evento eclesiológico (relativo à igreja) é um evento que se tem sua origem no Senhor, transforma vidas e as muda profundamente, sendo que o importante não é se a pessoa cai ou não se fala ou não em línguas estranhas, mas sim, qual o impacto desta experiência em sua vida e na vida das pessoas que a cercam.
Você tem o Espírito Santo? Experimento o Pentecostes do Senhor em sua vida? Se sua resposta for afirmativa, minha oração é para que você seja um instrumento nas mãos do Senhor para ganhar muitas vidas para Cristo, tenha a sua vida mudada, com uma vida de comunhão profunda e absoluta com os seus irmãos e suas irmãs, partilhe o que tem com o seu próximo, com um olhar de misericórdia com as pessoas que cercam, seja usado e usada para realizar curas de feridas emocionais e enfermidades físicas na vida de outras pessoas e estar pronto para ser perseguido por conta do Evangelho de Cristo.

O que se tem é que uma experiência com o Espírito Santo deve produzir um impacto não somente em nossas vidas, mas na sociedade e nas vidas das pessoas que nos cercam. Cremos que o desejo do coração do Senhor é que sejamos essa Igreja relevante e todos nós somos convidados e convidadas e buscar essa experiência com o Espírito Santo para nossas vidas.
Que nossa amada Igreja Metodista possa ser um celeiro de homens, mulheres, crianças, jovens e juvenis cheios do Espírito Santo, um lugar de transformação social e um hospital da alma e do físico, para quem está com os seus corações feridos, para contribuirmos com a implantação do Reino de Deus na face da terra.
Uma semana abençoada, do seu pastor, irmão e amigo da caminhada.
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